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Homem é preso após atacar ministra das Finanças de Berlim

8 de maio de 2024

Dias depois de um eurodeputado alemão ser espancado e passar por cirurgia, a social-democrata Franziska Giffey foi alvejada por um objeto não identificado em visita a uma biblioteca. Suspeito é idoso de 74 anos.

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Ministra de Finanças de Berlim, Franziska Giffey, falando diante de vários microfones
Secretária de Finanças de Berlim, Franziska Giffey, falou à imprensa um dia após o ocorridoFoto: Christoph Soeder/dpa/picture alliance

A secretária das Finanças de Berlim, Franziska Giffey, foi ferida após ser atingida na cabeça por um objeto lançado contra ela durante uma visita a uma biblioteca no bairro de Rudow, na capital alemã, na última terça-feira (07/05).

O caso se soma a uma série de ataques recentes a políticos no país.

Giffey, que assim como o chanceler federal, Olaf Scholz, também é do Partido Social Democrata(SPD), foi ministra federal da Família de 2018 a 2021, durante o governo de Angela Merkel, e prefeita de Berlim de dezembro de 2021 a abril de 2023.

Segundo a polícia, Giffey foi atacada pelas costas com uma "sacola cheia de itens duros" que a atingiu na cabeça e no pescoço. Uma nota conjunta assinada com o Ministério Público alemão, que apura o caso, diz que a social-democrata chegou a ser levada ao hospital para "tratar de dores na cabeça e no pescoço". Mais tarde, Giffey se manifestou via redes sociais afirmando estar "bem, depois do choque inicial".

Um suspeito de 74 anos foi preso temporariamente. Ele já teve problemas com a polícia no passado por suspeita de ameaça à segurança do Estado e crime de ódio. A motivação do ataque, contudo, ainda está sob investigação, e a promotoria analisa se o caso é psiquiátrico.

Pelo Instagram, Giffey condenou o que chamou de "cultura na qual as pessoas engajadas politicamente no nosso país estão cada vez mais expostas a ataques supostamente justificados e aceitáveis". "Trata-se de uma transgressão de limites contra a qual nós, como sociedade, temos que nos opor resolutamente", escreveu.

"O tabu foi quebrado: o que vinha se desenhando no horizonte nos últimos meses com os ataques à sociedade civil torna-se agora realidade, com o aumento dos ataques a políticos do campo democrático", comentou via X (antigo Twitter) a Fundação Amadeu Antonio, que luta na Alemanha contra o extremismo de direita, o racismo e o antissemitismo.

Ataques contra políticos em alta na Alemanha

No mesmo dia do ataque a Giffey, uma política do Partido Verde que pendurava cartazes eleitorais na cidade de Dresden, na Saxônia, foi ameaçada e cuspida. O episódio foi registrado por uma equipe da DW.

A polícia disse que investiga os suspeitos – um homem de 34 anos e uma mulher de 24, ambos alemães. Eles estavam com um grupo de pessoas que também são investigadas sob suspeita de terem brandido um slogan nazista ilegal.

Dias antes, na sexta-feira, o social-democrata e candidato à reeleição para o Parlamento Europeu Matthias Ecke foi brutalmente espancado enquanto pendurava cartazes eleitorais na mesma cidade. O grau de ferimentos foi tamanho que ele teve ossos quebrados e precisou passar por cirurgia.

"Ninguém deve ter que temer expressar sua opinião em uma democracia", manifestou-se Ecke, via redes sociais.

Antes, na quinta-feira da semana passada, dois políticos do Partido Verde – um deles membro do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão – foram agredidos em Essen, no estado da Renânia do Norte-Vestfália.

Ultimamente tem havido mais notícias de atos violentos contra políticos na Alemanha. Segundo o governo federal, os ataques têm atingido principalmente membros do Partido Verde – só em 2023 teriam sido 1.219 casos, um aumento significativo em relação a 2022, com 575 notificações. Na sequência vêm políticos da AfD, com 575 ataques, e os sociais-democratas, com 420.

A nível nacional, os ataques a políticos de partidos representados no Bundestag dobraram em relação a 2019.

ra/le (AFP, dpa, ots)