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Preço do petróleo pode impactar campanha de caju guineense

Iancuba Dansó (Bissau)
7 de abril de 2022

Na Guiné-Bissau, a campanha da castanha de caju já decorre com muita expetativa, após os resultados de 2021. Mas economista alerta: o preço do pertóleo no mercado internacional pode causar impactos este ano.

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Guinea-Bissau Cashew-Nüsse im Dorf Vila de Quisseth
Comercialização e exportação do caju representa a maior atividade económica da Guiné-BissauFoto: DW/B. Darame

A campanha de comercialização e exportação da castanha de caju deste ano está a criar expetativas depois de, no ano passado, segundo as autoridades guineenses, o país ter arrecado 18 mil milhões de francos CFA (cerca de 28 milhões de euros) à custa da exportação de 232 mil toneladas do produto, considerado estratégico para a economia nacional. 

Para os compradores da castanha de caju, o Governo guineense decidiu fixar o preço mínimo, por quilograma, junto ao produtor, de 375 Francos CFA (0,57 euros), isto numa altura em que o custo de vida está a aumentar no país, com a subida do preço de bens essenciais no mercado. 

Mamadú Cassamá, agricultor e responsável por vários pomares de caju na zona insular da Guiné-Bissau, não concorda com o preço de base fixado pelas autoridades para a compra da castanha.

Guinea-Bissau | National Cashew Agency
Governo promete "mão dura" para quem não respeitar o preço mínimo fixado Foto: Iancuba Dansó/DW

"O preço [mínimo ao produtor de caju] é igual à última qualidade do arroz no mercado e isso não ajuda. Não ajuda na medida em que, para tratar da horta [de caju] e neste momento procurar as pessoas para fazer a limpeza da horta, gasta no mínimo 200 a 300 mil Francos CFA (cerca de 305 euros e quase 450 euros). E onde é que vai recompensar isso? E esses 375 Francos CFA vão recompensar os camponeses em quê? Em nada absolutamente", explica indignado.

Economista deixa alerta

Apesar da pandemia da Covid-19, o Governo da Guiné-Bissau considerou "um sucesso" a campanha de comercialização e exportação da castanha de caju, no ano passado. Mas para este ano, o economista Santos Fernandes deixa um alerta.

"O produto caju não depende apenas dos fatores internos. Há fatores exógenos que podem também impactar a nível do preço e da dinâmica. Se tomarmos em conta o preço do petróleo que está a sofrer alterações, essa alteração de preços poderá impactar a nível de custo de transportes. E sabemos que dependemos muito da exportação deste produto estratégico para o crescimento da nossa economia".

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Para o sucesso da maior atividade económica da Guiné-Bissau, Santos Fernandes defende o reforço de controlo das movimentações à volta da campanha, que mobiliza vários setores durante o seu decurso. 

"Mão dura" para infratores

O Governo promete "mão dura" contra quem não respeitar o preço mínimo fixado a cada quilograma da castanha de caju. 

Na última terça-feira (05.04), na abertura oficial da atividade, o ministro do Comércio, Tcherno Djaló, deixou um aviso.

"Os infratores vão se expôr ao rigor da lei, correndo o risco de lhes serem retiradas as licenças de comercialização da castanha de caju. Repito, os infratores correm o risco de se expor ao rigor da lei, que irá da retirada da licença de exportação [da castanha de caju] a mais coimas que lhes serão aplicadas", sublinhou.

Este ano, a campanha de comercialização e exportação da castanha de caju tem como lema "Pela Promoção e Desenvolvimento da Fileira de Caju na Guiné-Bissau".

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